quinta-feira, 3 de julho de 2008

MÚSICA NA CORTE


O Brasil de D.João: 1808 - 1821

Enquanto permaneceu no Brasil, D. João procurou manter as tradições musicais da dinastia de Bragança. Seu bisavô,D.João V, fora instrumentista e compositor, possuindo uma das melhores bibliotecas especializadas em música da Europa.

A Capela reorganizada

O futuro D.João VI também era instrumentista e compositor, e apreciava música sacra, a qual deu grande incentivo. Contudo, sua atuação como mecenas no terreno musical resultou sobretudo na introdução e no estímulo da ópera, do balé e de outras modalidades da música profana. Quebrava-se assim, no Brasil, uma hegemonia da música religiosa que vinha desde os autos jesuíticos de catequese e culminara, na segunda metade do século XVIII, nas obras - primas dos compositores mulatos das Minas Gerais.

Apesar dessa ruptura desencadeada por D.João, foi, entretanto, ainda no campo da música sacra que se iniciou a modernização da atividade musical Brasileira. Seu ponto de partida foi a reorganização da capela Real, com músicos e cantores que D. João mandou vir da Europa; a direção de suas atividades coube a um músico que o regente “ descobrira” e passara a proteger: o padre José Maurício Nunes Garcia.Na segunda década do século XIX, participavam do coral da Capela cinqüenta cantores e cem instrumentistas, dirigidos por dois maestros. A qualidade da execução era notável, a ponto de muitos estrangeiros em visita ao Brasil chegarem a colocá-la no mesmo nível dos melhores grupos da Europa.